Num compasso de passo, click, flash, pose. A lente enaltece a beleza. Revira e exalta corpos. A moda me apareceu antes mesmo do jornalismo. No quarto da Carlota — ou seria Carlinhos? —, tanto faz. Mistura de cores e lugares cotidianos: bordados, tecidos e as linhas coloridas das costuras de dona Mocinha. 

 

Preservo um olhar que passeia por tudo o que vi. Tudo o que, amadoramente, fotografei em Canoa ainda jovem. Hoje, desenvolvo um trabalho de moda sem muito retoque ou edição. Gosto do desafio de colorir e iluminar configurando apenas o obturador e o diafragma. E, se retocar, cor, muita cor, e um balanço de níveis, talvez. Nada muito contrastado. Primo por manter viva a atmosfera do ambiente. A luz que entra pelo diafragma e que recorta o lugar deve ser a mais fiel possível. Talvez, para mim, moda deva ser isso... um instante de verdade!?

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Outra predileção é trabalhar com o corpo agênero. A fotografia, principalmente de moda, nos possibilita uma maior imersão na coisa toda. No modo de cada um. Logo, representar a moda nos mais diversos corpos me fascina. Fotografar pessoas "comuns" é meu combustível na moda. Gosto de representar o inusitado; de ressignificar a beleza antes tida como exótica. E que seja! Quero mesmo é surpreender e se fazer notar a beleza que cada um carrega consigo.