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 SONETO DA DÚVIDA OU QUASE ISSO 

 


 De tudo se punha cheio 

 Do cheio, derramava-lhe o medo 

 Desejo de nunca ser servido 

 Vivia apenas por receio 

 Do menino, onde acarretava tal zelo? 

 Dos cortejos, minuciosos beijos 

 Do gesto - gesto teu - jamais se entregaria ao mundo feito 

 Na dúvida, cercava caminho adentro 

 

 De dias atrás, felicidades plenas 

 Há dias atrás, imprecisões pequenas 

 Como um alfaraz, as rédeas lhe delimitava o tempo 

 

 Avistou-se então, ao longe, era o menino correndo 

 Não se sabe para onde, nem do quê  

 Só se via em silhueta sua sombra escura, dúvida.

#3

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