baixo.
esperto.
Moleque como todos os meninos-moleques que jogam bila,
empinam pipa,
correm da campainha recém tocada.
esperto como o notável menino de Ziraldo.
maluco como o memorável menino de Ziraldo.
amava sem saber amar.
criava e demolia demônios interiores.
sofria, antes da hora.
o mundo é agora...

mas ele via o mundo futuro....

o amanhá ao invés do hoje.
queria ser o galã da TV, veja você, falava seu próprio inglês mau-dublado
adorava ser cortejado.

- mas que menino lindo.....
- esperto o rapaz!
- clever, clever boy!
 

inventava idiomas,
inventava um português próprio,
zaaaapt!
vupts,arrabacataca!
Palavras ao sabor dos fonemas,
magicas!
menino;lutava contra as ondas do mar.
fazía caras no espelho...
'estalone','vam-dâme', jaspion, giban e jiraya...
Nunca tinha fome...só corria....brincava e corria.
subia no mais alto dos telhados,
derepente....puft!
queda...coitado.
brincava no chão....l
bolha de sabão!
cabelo penteado...sempre molhado...como os galãs da televisão...(oh os galãs da televisão)
cresce e continua a ser o moleque travesso de outrora;
a vida é mais saborosa quando se conserva um pouquinho de irresponsabilidade;
de infantilidade medida.
de inocência perdida.
perdeu

      -se?
mino cresce....barba cresce e mino permanece menino.
com aquele espirito...aquele tal 'teen spirit' da adolescência
que parece perdida ali entre dois mil e pouco....dois mil e tanto.
continua re-inventando o idioma natural....cantando canções autorais
longe das capitais.
mino,nino,menino,
toca o sino em seu juízo avisando que a vida adulta chegou...
e mino...mino,permanece...menino.
permanece rapaz...e assim segue assim se rege.assim se rega.assim se entrega á vida cosmopolita
a labuta, á guitarra;
a cigarra segue cantando seus refrões imaginários...
assim segue solitario o menino e seu imaginário
com seus sonhos literários 
e seus sonhos no armario
guardados pra quando mino crescer.
fazendo assim,mino permanecer menino;
cheio de sonhos....cheio de sonhos....
pode crer!